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  • Foto do escritorLuiza Bruscato

Fórum da Pecuária Sustentável 2023

O 3º Fórum da Pecuária Sustentável, realizado no dia 28 de setembro, durante a Intertech Agro, na Expo Rio Preto, contou com a participação de renomados profissionais do setor e especialistas que levantaram desafios, oportunidades e caminhos sobre clima, uso eficiente da terra, rastreabilidade e bem-estar animal na pecuária brasileira.


A abertura do evento foi realizada por Sergio Schuler e Luiza Bruscato, presidente e diretora executiva da Mesa Brasileira, respectivamente. Eles apresentaram os trabalhos e as iniciativas desenvolvidas pela entidade, que já trabalha em prol da pecuária sustentável há 16 anos. Também foram apresentados dados da pecuária brasileira e a importância dos debates em profundidade dos temas dos painéis, bem como a participação de especialistas e pesquisadores para o enriquecimento dos debates. “Uma novidade para esse ano é a inclusão de produtores rurais em todos os painéis, pois entendemos que eles precisam se empoderar e ter voz nessas agendas de sustentabilidade”, afirmou Luiza Bruscato. 


Próximos desafios de clima e COP28


Produção de baixo carbono, carne sem desmatamento, emissões de gases de efeito estufa são alguns dos próximos desafios que a pecuária brasileira terá de enfrentar para continuar evoluindo na sustentabilidade. “Um dos grandes desafios da pecuária, e uma boa oportunidade também, é a regulamentação do mercado de carbono, que de forma estruturada poderá beneficiar o agro inteiro pelo seu potencial de reservatório”, comentou Caio Zanna, coordenador do GT de Clima da Mesa Brasileira, e mediador do painel.


Conseguir efetivamente medir as emissões de forma realista com as condições do Brasil, a realidade do produtor brasileiro, regionalidades, diferenças de clima, manejo etc., é um dos caminhos para que a pecuária seja parte da solução e não do problema. Assim como encontrar maneiras viáveis tecnicamente e financeiramente para que as responsabilidades e benefícios sejam distribuídos ao longo da cadeia e que no fim todos saiam ganhando.


O painel teve apresentação dos executivos Carlos Saviani e Fernanda Marcantonatos, respectivamente, diretor global de sustentabilidade e líder de sustentabilidade de nutrição animal ruminantes, da dsm-Firmenich, foi mediado por Caio Zanna e contou com a participação de Carlos Barbieri, gerente de sustentabilidade da Norvida, e Fernanda Cordeiro, coordenadora corporativa de sustentabilidade da Minerva Foods.


Caminhos para uso eficiente da terra


O Brasil tem um importante histórico de informação de longo prazo a respeito do uso da terra. Precisamos preservar e ampliar o uso eficiente, porém precisamos usar desse histórico para a evolução continuar acontecendo. Inclusive, o uso desse histórico apoiará a pecuária a identificar os problemas localizados e mostrar as oportunidades e boas ações ao longo da cadeia de produção de carne.


Outro ponto relevante levantado é que a pecuária precisa contar a história do uso da terra no Brasil de uma forma mais clara, para que os consumidores brasileiros e do exterior entendam que o Brasil vem avançando no uso da terra de forma mais eficiente e ainda há espaço para melhorias. “Claramente, toda a cadeia do agronegócio que faz uso da terra tem meios de evoluir, mas que vão além de sua capacidade, então necessita-se de ações do governo, como regularização ambiental e fundiária”, confirmou Francisco Beduschi, coordenador do GT de Terra da Mesa Brasileira.


O painel iniciou com a apresentação de Bernardo Rudorff, engenheiro agrônomo (UFV) e PhD (UMCP), 32 anos como pesquisador do INPE e atualmente lidera os estudos de mudança de uso da terra relacionados com o potencial de expansão das culturas agrícolas nos biomas Cerrado e Amazônia, foi mediado por Francisco Beduschi e contou com a participação de Claudio Almeida, coordenador do Programa de Monitoramento da Amazônia e Demais Biomas Brasileiros do INPE, e Juliana Correa, diretora jurídica e de sustentabilidade da AgroSB.


O futuro da rastreabilidade


Atualmente, temos apenas protocolos de exportação, porém para garantir uma cadeia 100% rastreada individualmente e livre de desmatamento só será possível com uma política pública. Por isso, o debate sobre o futuro da rastreabilidade trouxe um histórico da rastreabilidade bovina no Brasil, as diferenças entre o SISBOV e protocolo europeu, e como um novo modelo de rastreabilidade pode ser implementado, visando criar um ambiente seguro para que o produtor rural tenha condições de investir em rastreabilidade. 


Os debatedores também falaram sobre as principais barreias para a adesão dos produtores rurais e como fomentar o início da rastreabilidade em propriedades de criação que estão hoje fora do radar de premiação. Bem como, foi discutido qual o papel da sociedade civil nesse processo e como a CNA poderia ajudar no processo de extensão a campo para o fomento a partir da assistência técnica via SENAR.


Para Aécio Flores, coordenador do GT de Rastreabilidade da Mesa Brasileira, “O que difere o que foi feito e não deu certo até hoje para o momento atual é que hoje conseguimos colocar na mesma mesa para o diálogo entidades antagônicas com o mesmo objetivo e estamos conseguindo construir um novo ambiente em prol da rastreabilidade no Brasil”.


O painel teve a apresentação de Thiago Parente, cofundador e CEO da iRancho, foi mediado por Aécio Flores e contou com a participação de João Paulo, coordenador de Produção Animal da CNA, Lisandro Inakake, coordenador de projetos em Cadeia Agropecuárias do Imaflora, e André Bartocci, produtor rural da Fazenda Nossa Senhora das Graças.


Relação entre bem-estar animal e sustentabilidade


A aplicação de técnicas e ferramentas adequadas no trato dos animais, seguindo a conduta de valorização da vida em todas as etapas da cadeia produtiva, contribui para a produtividade da produção, qualidade da carne e com a sustentabilidade da pecuária. “Tive o prazer de mediar grandes especialista no painel onde discutimos muito a relação entre sustentabilidade como um bem-estar único que é interconexão entre o bem-estar animal, humano e ambiental”, comentou Everton Andrade, especialista corporativo de saúde e bem-estar animal da JBS/Friboi.


A mudança nos últimos anos de forma positiva de produtores perante as boas práticas de saúde e bem-estar animal nas fazendas é notável, mas a melhoria contínua é necessária que a pecuária continue evoluindo na sustentabilidade. Foram discutidos também sobre certificações de bem-estar animal, as novas legislações de saúde e bem-estar animal, o uso de antibiótico na cadeia pecuária, os desafios do transporte de bovinos e como as novas exigências da União Europeia vai impactar no mercado brasileiro.


O painel teve a apresentação de Carla Lopes de Azevedo, gerente global de marketing da CEVA, foi mediado por Everton Andrade, e contou com a participação de Mariana Beckhauser, presidente executiva da Beckhauser, Luis Henrique Witzler – CEO da SBCert, e Maurício Bellodi, sócio-diretor do Grupo APB.

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